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Cofic debate os desafios da sustentabilidade em tempos de Covid-19

O engenheiro Ambiental André Fraga, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Arborização e ex-secretário Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência de Salvador, realizou palestra on line para os integrantes do Conselho Comunitário Consultivo do Polo de Camaçari e do Núcleo de Defesa Comunitária (Nudec), além de representantes de empresas e parceiros, para marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), o Cofic promoveu videoconferência sobre “Desafios da Sustentabilidade Ambiental em Tempos de Covid-19”, com o engenheiro Ambiental André Fraga, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Arborização e ex-secretário Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência de Salvador. Participaram do evento online os integrantes do Conselho Comunitário Consultivo do Polo de Camaçari e do Núcleo de Defesa Comunitária (Nudec), além de representantes de empresas e parceiros.

“A Semana do Meio Ambiente no Polo de Camaçari sempre foi marcada por atividades presenciais de educação e conscientização ambiental, incluindo plantios comunitários no Anel Florestal, em parceria com as comunidades, prefeituras, Nudec, Conselho e as empresas. Mas este ano, por causa da pandemia do Covid, tivemos que fazer diferente: manter aberto, através de plataformas digitais, o espaço para discussão sobre a sustentabilidade ambiental, em um momento tão conturbado como o que estamos vivendo”, disse Érico Oliveira, superintendente de Pessoas e Comunicação do Cofic, na abertura do evento. Ele salientou que “a difícil situação imposta pelo Coronavírus também exige de nós uma reflexão sobre os desafios e oportunidades para implementação de ações voltadas para o equilíbrio ambiental”.

Em sua palestra, André Fraga disse que “a crise do meio ambiente já estava colocada desde antes do novo Coronavírus, com o registro de que os últimos cinco anos têm sido os mais quentes da história, segundo dados da ONU”. Além disso, informou que “as mudanças climáticas estão na lista dos cinco maiores riscos para os negócios, no documento lançado em janeiro deste ano pelo Fórum Econômico Mundial”, que reúne os países mais ricos.

Em sua opinião, “com a chegada do novo Coronavírus, a situação se agravou, tornando-se um problema de saúde pública, de economia e também social”. Fraga lembrou que o surgimento do vírus e de outras doenças pandêmicas têm origem no manejo inadequado de animais selvagens. “O novo Coronavírus surgiu quando o morcego se encontrou com o pangolim (espécie ameaçada de extinção) nos mercados molhados da China”, disse ele, enfatizando que “esta pandemia é reflexo da forma como estamos nos relacionando com os animais silvestres”.

“Não acredito que esta seja a última pandemia e precisamos entender o que acontece com o meio ambiente para evitar que isso aconteça novamente. O novo Coronavírus provocou uma crise sem precedentes no planeta e o plano em discussão para reativar a economia tem que priorizar o meio ambiente”, afirmou André Fraga.

Refexão sobre o consumo

Para André Fraga, os desafios da sustentabilidade também exigem uma reflexão sobre o nosso dia a dia e principalmente sobre a forma como consumimos. Ele falou sobre o problema da alta concentração de pessoas vivendo nos centros urbanos. “As cidades estão se tornando insustentáveis, estão poluindo o planeta, e os gases poluentes são do transporte, da energia e dos resíduos”. Como encontrar soluções inteligentes e econômicas para as cidades? Ele sugeriu o uso de bicicletas, de ônibus elétricos e da energia solar. “Investir em economia verde tem a ver, por exemplo, com criar estrutura e incentivar o uso de bicicletas, que, simultaneamente, impulsiona a economia, a saúde e beneficia o meio ambiente”.

Outra provocação de André Fraga foi para o consumo de água. “As empresas ficam nos sugerindo tomar banhos rápidos, mas elas desperdiçam 38,4% da água no sistema de distribuição. E considerando que 55% da água é gasta para a pecuária, para a criação de bois, comer 1 hambúrguer significa o mesmo que tomar banho durante dois meses. Fechar a torneira é legal, mas temos que mudar o sistema e também repensar nossos hábitos alimentares”, disse. Alertou ainda para a preservação das abelhas (em risco de extinção), responsáveis pela polinização das plantas para nossa alimentação, e incentivou a compostagem como alternativa também econômica e ambiental.

Ouro da biodiversidade

Por último, chamou a atenção para a importância da bioeconomia, destacando que o Brasil pode ter uma posição de destaque no mundo se cuidar das florestas. “O ouro da nova economia está na floresta. O Brasil tem a maior diversidade do planeta, com 46 mil espécies de plantas registradas, mas se formos investigar, tem muito mais a descobrir. Temos que valorizar a nossa biodiversidade e transformar em grande ativo, pois esse é o ouro que pode gerar empregos e desenvolvimento com sustentabilidade”, disse.

Após o debate, Fraga ainda fez mais uma provocação: “Quem vai fazer a mudança para esse novo mundo com sustentabilidade? Se você pensa que somente o Governo vai resolver o problema, este não vai. Os governos são muito lentos, precisamos ressignificar os governos, precisamos entender como funcionam as políticas públicas para aumentar a massa crítica para mudar o sistema. Todo mundo tem que se envolver e participar ”.

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