A Elekeiroz, que acaba de ser adquirida pelo Grupo OCQ (um dos maiores players do setor químico da América Latina), confirma que vai dar partida, na primeira quinzena de abril, em sua nova planta para produção de DOTP (Dioctil Tereftalato), plastificantes para PVC livre de ftalatos. Com investimento da ordem de R$ 18 milhões para entrada em operação da nova unidade, a empresa informa que a produção inicial será de 13,4 mil toneladas/ano do novo produto, que vai atender a diversas aplicações, como mangueiras, fios e cabos, calçados, laminados para calçados, pisos vinílicos, compostos PVC e brinquedos.
“Trata-se de um plastificante não ftalato usado como aditivo para PVC, conferindo flexibilidade para os produtos feitos a partir dele. É utilizado nos compostos usados para fabricação de calçados, filmes plásticos, mangueiras e demais produtos produzidos a partir do PVC. Estamos estudando no futuro a produção a partir de PET reciclado”, afirma Roberto Rossit, gerente Comercial da Elekeiroz.
A previsão é de crescimento da demanda por este tipo de plastificante, informa Rossit, explicando que “os plastificantes ftalatos têm seu uso cada vez mais restrito em mercados como Europa e Estados Unidos. No Brasil, os ftalatos permanecem muito utilizados, mas já ocorre a gradual substituição por plastificantes livres de ftalatos e da cadeia petroquímica, como é o caso do DOTP, ou ainda oriundos de fontes renováveis, que também são produzidos pela Elekeiroz (fábrica de Várzea Paulista). Em 2019, a Anvisa incluiu o DOTP em sua lista positiva de plastificantes que podem ser utilizados em materiais plásticos e revestimentos poliméricos em contato com alimentos”.
Segundo ele, “outro ponto importante é a verticalização com a utilização de nosso octanol, principal matéria-prima do DOTP e produzido no mesmo site. Teremos um produto que, cada vez mais, ganha espaço nos segmentos de plastificantes e maior possibilidade de atender a novos clientes e recuperar outros tantos”.
Grupo OCQ dobra de tamanho com a compra da Elekeiroz
Com a recente aquisição da Elekeiroz (que era controlada pela gestora de fundos de private equity H.I.G Capital), o Grupo OCQ consolida sua expansão no mercado. “Vamos dobrar de tamanho em faturamento e entrar para a lista dos maiores grupos da indústria química nacional. Juntos, poderemos desenvolver sinergias de distribuição e de P&D, explorando novas matérias-primas e o parque industrial para criarmos produtos”, afirmou Francisco Fortunato, sócio fundador do Grupo OCQ. Com a operação, o Grupo praticamente triplica de tamanho em produção, totalizando mais de 615 mil toneladas anuais de produtos e dobra, em receita líquida, saltando para R$ 4.6 bilhões.
"A Elekeiroz nos complementa em diversos campos. Somos grandes consumidores de plastificantes, anidrido ftálico e maleico, entre outros produtos produzidos pela empresa, e poderemos pensar em verticalização nestas três linhas de negócios”, explica Fortunato. Ele ressalta que “as empresas vão manter linhas de atuação independentes, conservando um relacionamento, como antes, de cliente e fornecedor. A Elekeiroz é um provedor importante de intermediários químicos especiais para diversos setores. Queremos tranquilizar os clientes, garantindo que o abastecimento será mantido, sem qualquer hipótese de monopolização para o consumo do Grupo OCQ”.
A Elekeiroz é a única empresa da América do Sul a fabricar, de forma integrada, intermediários químicos, plastificantes e resinas termofixas e está prestes a lançar seu novo plastificante DOTP, a ser produzido na fábrica do Polo Industrial de Camaçari. O Grupo OCQ é formado por 21 empresas que atuam em diversos segmentos da indústria química e está presente em oito países (Brasil, Argentina, Chile, EUA, Rússia, Itália, Inglaterra e China) e nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Alagoas e Ceará.
